Jornada
Cidades Para
Mulheres
o caminhar
é feminino

Com o objetivo de capacitar e engajar pessoas para promover melhorias na vida das mulheres, a Think Olga criou as Jornadas.

 

As Jornadas OLGAS são um processo criativo e colaborativo para a solução de problemas enfrentados pelas mulheres
e construção do futuro que imaginamos. É composta por 5 etapas, inspiradas no processo de pensamento sistêmico e
design thinking.

 

Nossa primeira jornada teve como tema mobilidade e gênero nas cidades. A Jornada Cidades para Mulheres: O
Caminhar é Feminino, como o nome diz, busca olhar para a segurança das mulheres que caminham nas cidades.
Desde a campanha Chega de Fiu Fiu entendemos que as mulheres sentem medo ao caminhar pelas ruas. Medo de
sofrer violências como assédio e estupro, medo de se deslocarem pelas cidades. E, constantemente, elas têm que
traçar mapas invisíveis em seu dia a dia, escolhendo as ruas mais iluminadas e movimentadas em seus trajetos, onde
há pontos de comércio de dia e à noite, evitando becos e terrenos baldios.

Etapa 1: Observar e Ouvir

 

Identificar um problema (ex. assédio sexual) e  mapear uma oportunidade de resolução ou melhoria a partir de um estudo aprofundado desse universo.

 

A partir da pergunta ‘Como podemos tornar as cidades mais seguras para as mulheres?’, iniciamos nossa Jornada com a etapa 1, em que observamos e ouvimos pessoas e dados sobre o problema.

 

Abaixo, resumimos os principais achados e insights desta etapa:

Mulheres utilizam o transporte coletivo com mais intensidade e andam mais a pé que os homens (Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP)

Mulheres andam mais a pé do que os homens (Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP)

86

% das mulheres têm medo de sair às ruas (Action Aid, 2016)

97

% das mulheres já sofreram assédio no transporte público (Instituto Locomotiva e Instituto Patrícia Galvão)

50

% das viagens são feitas caminhando, quando falamos das mulheres mais pobres (Secretaria de Desenvolvimento Urbano de SP)

Etapa 2: Lapidar o Desafio

 

Organizar as informações e levantar hipóteses junto com as pessoas que dialogam com o problema (rodas de conversa, dinâmicas e jogos) para lapidar o desafio e costurar o caminho para sua resolução.

 

Nesta fase, seguimos com entrevistas e mais dinâmicas e ferramentas para compreender o desafio com maior profundidade.

 

Dentre as pesquisas, dois insights foram fundamentais para lapidarmos o objetivo dessa jornada:

O estudo mostra que as viagens feitas pelas mulheres em São Paulo extrapolam o eixo ‘moradia-trabalho’, mais comum para os homens. Elas incluem idas e vindas a supermercados, lojas, farmácias, creches, escolas, postos de saúde e outros inúmeros destinos, que acabam desenhando um tipo específico de deslocamento no espaço. “Apesar da crescente inserção das mulheres no mercado de trabalho nas últimas décadas, a elas ainda cabe muitas vezes a ‘função lar’, viagens de manutenção da casa”.

(Haydée Svab, engenheira especialista em gênero e mobilidade)

Fonte: Nexo

“Ultimamente as mulheres participam de um monte de atividades, estão em todas as áreas e, portanto, circulam mais. Imagina-se, então, que o resultado pudesse ser igualitário, mas a pesquisa mostra que o carro continua sendo predominantemente masculino, enquanto o andar a pé é feminino”.

(Raquel Moreno, psicóloga e especialista em gênero e meio ambiente, para Portal Aprendiz)

E, depois de analisarmos os dados coletados na etapa anterior e levantarmos muitas hipóteses, chegamos ao nosso desafio lapidado:

Como podemos tornar os pontos de ônibus mais seguros para as mulheres?

 Etapa 3: Geração de Ideias (Gamelabs)

 

Reunir agentes de mudança e especialistas para um processo criativo e colaborativo de geração de ideias a fim de criar possíveis soluções para os desafios identificados.
A partir do desafio trazido da etapa anterior – Como podemos tornar os pontos de ônibus locais seguros para as mulheres? – reunimos um grupo formado por sociedade civil, técnicas, como uma motorista de ônibus, mulheres que utilizam o transporte público como meio prioritário de locomoção, agentes públicos e pessoas que sabem desenhar/produzir protótipos.

Quem participou?

Alix de Parades – SampaPé!, Amanda Alcedino – MobiBrasil, Ana Carolina Nunes – SampaPé!, Bárbara Sousa – Designer, Caio Werneck – (011).lab, Camila Almeida – ARCO, Cíntia Citton – ARCO, Fernanda Carpegiani – Formiga-me, Francielle Soares – Engenheira, Haydée Svab – ASK-AR, Lara, Schmitt Caccia – WRI Brasil, Mariana Leão – Arquiteta, Maria Sossmeier – MobiBrasil, Mirela Rosa – ARCO, Nathalie Prado – Cidade Ativa, Selma Paiva – Ateliê Cendira, Terezinha Falcão – Giro Preto e Verônica Deviá – Jornalista.

Com o grupo reunido, realizamos uma oficina de dois dias, com o objetivo comum de:

 

– Criar 3 ideias de protótipos que tragam impacto positivo para as mulheres de baixa renda e que utilizam  o ponto de ônibus no seu dia a dia .

 

A dinâmica começou com o Jogo Igualdade de Gênero nos Espaços. O jogo é composto por cartas que apresentam sugestões de ações, iniciativas e temáticas como possíveis pontos de partida para a solução do desafio.

 

A partir da visualização das cartas dentro de uma linha do tempo, chegamos à conclusão de que a solução para tornar os pontos de ônibus mais seguros para as mulheres de baixa renda aconteceria dentro de um campo de atuação com foco em:

 

  • Diagnóstico
  • Planejamento
  • Impacto

 

Separadas em três grupos, cada um com o objetivo de criar um protótipo, as agentes participaram de um processo de ideação e de prototipagem, utilizando uma série de ferramentas de criação facilitadas pela Think Olga e pela ARCO Design. As soluções criadas foram:

Protótipo 1 – “Psiu, você se sente segura aqui?”

 

O quê: Pesquisa de campo criativa e educativa, articulada por meio de comitê interdisciplinar (poder público, sociedade civil, associações), que mapeia a experiência das mulheres nos pontos de ônibus.

 

Como: Em formato de lambe-lambe ou cartazes, homens e mulheres que usam pontos de ônibus podem responder à pesquisa destacando o contato telefônico do cartaz.

Protótipo 2 – “Meu PONTO Seguro”

 

O quê: Ferramenta de inteligência coletiva que gera estatísticas e define prioridades, por meio de um check list regional, sobre o que é um ponto inseguro. A ferramenta contém uma série de perguntas sobre estrutura, percepção e entorno do ponto de ônibus e será usada para ocasionar uma pressão pública.

 

Como: A ferramenta de check list pode ser respondida impressa ou dentro de aplicativos mobiles (Moovit, BusFinder). É importante contar com o apoio de associações de bairro, coletivos locais e empresas de transportes. Considerar a realidade de quem não tem acesso a internet.

Protótipo 3 – Selo “Sinta-se Segura”

 

O quê: um projeto que engaja os comércios próximos ao ponto de ônibus para serem pontos de apoio e acolhimento para as passageiras de transporte público.

 

Como: Cabe aos grupos locais (associações, coletivos de bairro) visitar os comércios da comunidade para divulgar o projeto e facilitar sua adesão.

Etapa 4: Avaliar Protótipo

 

Teste das soluções e mentoria da Think Olga para as participantes (acompanhamento das usuárias do protótipo).
Demos, então, início à quarta etapa da Jornada, em que avaliamos a viabilidade dos protótipos cocriados anteriormente. A escolha foi o desenvolvimento do protótipo Meu PONTO Seguro, um check-list que avalia as características que tornam os pontos inseguros para mulheres. 

 

O check-list será lançado em breve nas redes da Think Olga!

Etapa 5: Sistematizar e Disseminar Aprendizados

 

Compartilhamento da jornada e inteligência construída para fomentar e escalar a solução desenvolvida para outros grupos. Coleta de feedbacks e indicadores de impacto.
Como resultado da Jornada Cidades para Mulheres, desenvolvemos a pesquisa Meu Ponto Seguro, que nasceu para gerar informações que promovam discussões e ações com o objetivo de melhorar a segurança das mulheres que caminham.

 

A pesquisa foi idealizada pelo grupo reunido durante a etapa 3, com mulheres da sociedade civil, gestão pública e passageiras, em conjunto com a consultoria ASK-AR.

 

Está esperando seu ônibus ou já pegou ele hoje? Conta para a gente como foi a sua experiência enquanto esperava no ponto de embarque? Você levará somente alguns minutos para responder à pesquisa. Vamos lá?

 

É só clicar no link disponível no botão abaixo.